29.6.04

O segundo sentido

"A todos os portugueses eu tenho mais um pedido a fazer: amanhã, no estádio, vistam o vermelho bandeira ou o verde e vamos fazer frente ao laranja"

Luiz Felipe Scolari


Embora sabendo que este pedido não está de forma alguma relacionado com a actual situação política, não pude deixar de sorrir e de o achar bastante propício…

Estou...

...farta de ver aquela cara ali em baixo!

27.6.04

...

Parabéns a esta menina!
Aproveita bem este dia, Sónia!

26.6.04

No seguimento...

..do meu último post...


É caso para dizer que agora é que não vamos mesmo esquecer o Governo.
No meio de tudo isto, António Vitorino é afastado da Presidência da Comissão Europeia de uma forma ingrata e indigna e para compôr o ramalhete, Pedro Santana Lopes está em vias de se tornar Primeiro-Ministro de Portugal.
Aguardam-se novos desenvolvimentos da situação e até lá, concordo com estes senhores.

25.6.04

Puro Veneno



Rui Pimentel
in VISÃO nº 590 24 Jun. 2004

Será que nos vamos esquecer do Governo até à próxima quarta-feira?

Euro




Gostei da atitude do Ricardo. Infelizmente, o Figo lembrou-se de amuar, mostrou-se um menino mimado e só perdeu mais alguma consideração por parte de muitos portugueses.

Mas, acima de tudo, o que interessa é a vitória de PORTUGAL!


...



2002

24.6.04

...

Chama-se Alice.

- Está envergonhada! - disse o A.
- Porquê?
- Tem as bochechas coradas...

Entretanto, a M. Ainda acrescentou:
- Parece uma mulata, é escurinha...

:)

23.6.04

Músicas

Andei todo o dia com esta música na cabeça. Acordei a cantá-la e passei o dia a fazê-lo para dentro de mim, como fazia o Zezé quando cantava, no Meu Pé de Laranja Lima.

[Lembrei-de dos dois concertos. O de Cascais, em 1996, teve um sabor que o do Restelo não conseguiu proporcionar.]

Rosa,

a boneca já chegou e é linda! Amanhã vai ser dia de apresentações na escola; são eles que lhe vão dar o nome.

22.6.04

...



Castelo de S. Jorge, Lisboa, 2002


[Há locais onde se volta sempre.]

[Divagação]

Queria sentir-me novamente poema e dançar entre os lábios que há muito tempo partiram.

21.6.04

...

Ela já vem a caminho...

Dias de Verão

Estava a escrever a data no quadro e um dos meus alunos diz:

“Professora, hoje começa o Verão!�

Gostei que o D. me tivesse relembrado esta data. De um momento para o outro parece que o tempo deixou de cansar tanto e nem mesmo este friozinho que hoje me arrefece os braços me consegue deixar menos animada para os dias de descanso que lentamente se começam a aproximar.

17.6.04

...



[outro autor], 2002

Estou um bocadinho farta desta máquina fotográfica. Apetece-me experimentar outro tipo de máquinas...
Qual é a máquina digital que me aconselham?

16.6.04

Dois namoros

Ai se eu disser que as tremuras
Me dão nas pernas, e as loucuras
Fazem esquecer-me dos prantos
Pensar em juras

Ai se eu disser que foi feitiço
Que fez na saia dar ventania
Mostrar-me coisas tão belas
Ter fantasia
E sonhar com aquele encontro
Sonhar que não diz que não

Tem um jeito de senhora
E um olhar desmascarado
De céu negro ou céu estrelado, ou Sol
Daquele que a gente sabe.
O seu balanço gingado
Tem os mistérios do mar
E a certeza do caminho certo
que tem a estrela polar.

Não sei se faça convite
E se quebre a tradição
Ou se lhe mande uma carta
Como ouvi numa canção
Só sei que o calor aperta
E ainda não estamos no verão.

Quanto mais o tempo passa
Mais me afasto da razão
E ela insiste no passeio à tarde
Em tom de provocação
Até que num dia feriado
P'ra curtir a solidão
Fui consumir as tristezas
P'ró baile do Sr. João

Não sei se foi por magia
Ou seria maldição
Dei por mim rodopiando
Bem no meio do salão
Acabei no tal convite
Em jeito de confissão
E a resposta foi tão doce
Que a beijei com emoção
Só que a malta não gritou
Como ouvi numa canção

João Gil/Luis Represas
in Sepes, 1986

14.6.04

Arroz-doce

Não gosto de cozinhar. Sempre que o faço a cozinha fica um caos autêntico. Sujo demasiados tachos, utilizo talheres a mais, os panos ficam imundos e o chão, cheio de lixo. Felizmente, tenho melhorado esta minha faceta desorganizada e agora já não demoro tanto tempo a arrumar a cozinha porque vou lavando e limpando à medida que os cozinhados evoluem no fogão.

Não gosto de cozinhar, mas adoro fazer bolos e doces. Tudo o que sei, foi a minha tia que me ensinou há uns bons anos atrás, nos tempos da minha infância. Sempre que havia festas em casa ou jantares especiais, lá ia eu passar uma tarde inteira a casa da tia Patrocina. Numa cozinha minúscula aprendi o segredo para as farófias não minguarem, aprendi a enrolar tortas de cenoura e laranja, a colocar uma pitada de sal nas claras para levantarem mais depressa, aprendi a envolver a farinha na mistura de ovos e açúcar – muito, muito devagar, sem mexer.
Mas o que mais gostava de fazer era o arroz-doce. Um doce muito demorado e cansativo mas que me dava um prazer imenso porque no fim o achava realmente bonito devido aos desenhos feitos a canela.
Ainda hoje é o doce que mais gosto de fazer. Normalmente demoro cerca de três horas. O arroz deve cozer primeiro em água, sal, casca de limão e um pau de canela até a água desaparecer, depois, deve-se colocar o leite (já fervido) aos poucos e mexer sempre em lume brando. Para uma caneca de arroz, utilizo cerca de dois a três litros de leite. Esta é a etapa mais demorada, o arroz deve cozer muito lentamente até ficar quase desfeito e só depois de estar cozido é que se acrescenta o açúcar e deixa-se ferver cerca de dez minutos. Juntam-se as gemas (em fio) ao arroz, sem deixar de mexer para não cozerem . Por fim, coloca-se o arroz-doce em taças e enfeita-se com canela.

Acho-o um doce tipicamente português e tenho pena de não o encontrar mais vezes no lugar dos pudins instantâneos, doces da avozinha e mousses que existem em demasia nos restaurantes portugueses.

Sugestão

Quem gostou do livro Ensaio sobre a Cegueira tem agora a oportunidade de ver esta obra representada pela companhia de teatro O Bando, nos dias 17, 18 e 19 de Junho, na Culturgest, em Lisboa.

[Inconscientemente, esta sugestão também é dirigida a mim. Há anos que não vou ao teatro.]

13.6.04

...



Calçada da Glória, Lisboa, 2001

...

Cheguei às 18:30 de uma viagem longa e cansativa mas ainda consegui ir votar.

11.6.04

8:30

Mesmo em dia de gazeta, é impossível ficar deitada quando acordo ao som do Unfinished Sympathy, dos Massive Attack. Quase que me levanto a dançar.
[Que pena não poder ir ao concerto de logo à noite...]

Bom dia!

9.6.04

Pintura

Achei esta actividade genial e também quis experimenta-la com os meus alunos.
[Obrigada pela ideia, Rosa!]




Depois de lhes perguntar quais foram os quadros que mais gostaram, as opiniões foram quase unânimes... os de Van Gogh.

Esta...

...sensação de começar o fim-de-semana a uma quarta-feira é óptima...

:o)

8.6.04

Hoje...




...ouviu-se música na sala de aula.

7.6.04

...

Não sei haverá morte mais dolorosa que a de uma criança, mas também não sei se poderemos falar em níveis de dor quando falamos de morte. Os laços familiares que unem as pessoas ditam (em parte) a dor que se sente e a forma como ela se expressa ou não. Mas também há mortes que custam muito, não por existirem laços familiares ou de amizade, mas sim pela existência de outros elos de ligação.

...

Ontem de manhã uma criança morreu. Uma criança com quem tinha brincado há duas semanas. Tinha cinco anos.
De noite, o choque instalou-se juntamente com o silêncio e apatia que não consegui disfarçar.
Hoje, tudo desabou.

...

6.6.04

...

Gostei muito de passar a tarde de domingo aqui; um sítio tão perto de casa e que nunca tinha tido oportunidade de visitar.
Voltarei mais vezes, com toda a certeza.

5.6.04

Balanço

Faço os meus balanços anuais no final de cada ano lectivo e não no último dia do ano civil. Os meses de Setembro e de Junho são os meus indicativos anuais para o começo e para o fim de uma jornada que se revela sempre diferente da anterior. E este ano foi especialmente enriquecedor para mim.
Fiquei com uma turma de 1º ano - meninos e meninas com uma vontade incrível de aprender a ler e a escrever e que , todos os dias, faziam interrogações sobre o que aprendiam. Foram alunos que “puxaram� muito por mim, alguns fizeram-me ser mais terna e calma, outros conseguiram desafiar-me ao ponto de levar a cabo trabalhos de projecto e actividades quase impensáveis para crianças de seis e sete anos.

Mas nem tudo foram rosas. Houve dias difíceis, de chegar a um desespero (quase) total por não conseguir desenvolver alguma actividade importante, por não conseguir mantê-los calmos e sossegados nos lugares apesar de ter usado muitos recursos. Houve dias em que me apeteceu desistir, como aquele em que o T. resolveu fazer todos os disparates possíveis e imaginários na sala, rir-se às gargalhadas enquanto tentava conversar com ele e inclusive, começar a cantar e assobiar enquanto eu queria prosseguir a aula. Foi neste dia que descobri que a paciência pode esgotar-se mas também que a indiferença e a calma são boas respostas para este tipo de comportamentos pontuais.

Foi também durante este ano lectivo que descobri o voluntariado. Na Pediatria do IPO percebi que a vida pode ser muito efémera e que todos nós estamos sujeitos a situações semelhantes, de dor e sofrimento. Surpreendi-me (e surpreendo-me todos os domingos) com a coragem das crianças e dos seus familiares e com o optimismo que revelam. Poucas vezes ouvi chorar, poucas vezes ouvi lamentos; há sempre sorrisos, há sempre palavras encorajadoras.
Estas crianças e os seus pais fizeram-me encarar o futuro de forma diferente, mostraram-me que o optimismo pode e deve ser uma constante da vida apesar de todas as contrariedades de possam surgir.
É estranho ter consciência que algo mudou dentro de nós, principalmente porque nunca percebi que isso poderia acontecer e que me faria sentir mais feliz. Mas ainda bem que assim é.


4.6.04

Saúde (e doenças) nas escolas

A escola tem destas coisas.
Hoje, quatro dos meus alunos foram para casa com indicações de que poderiam estar com varicela. As borbulhinhas vermelhas no peito, costas, cara e cabeça não deixaram muitas margens de dúvidas, além do mais, no último mês, outros dois alunos tinham ficado em casa uma semana com os mesmos sintomas. Portanto... para a semana julgo ter a turma reduzida a dois terços.

Mas isto leva-me a outro assunto.
Não seria útil que todos os professores tivessem alguma formação a nível de noções básicas de saúde? E porque não uma cadeira de Soccorismo nos cursos de formação de professores?
Nas escolas há inúmeras situações que põem em risco a saúde das crianças e não é raro encontrar todos os dias alguém magoado ou com ligeiros ferimentos. No entanto, quando acontecem situações mais graves como um desmaio, uma queda, uma fractura, uma hemorragia grave, (quase) ninguém sabe como agir imediatamente a seguir ao sucedido e por vezes, cometem-se erros desnecessários.

Sabendo de antemão que criar uma cadeira de Socorrismo nas escolas de formação de professores ainda é um processo moroso e que envolve a aprovação de diversas instituições, seria muito difícil estabelecer um protocolo entre a Cruz Vermelha e algumas Associações de Formação de Professores para poderem formar adequadamente os docentes na área do Socorrismo?
Será que os professores não iriam aderir a este tipo de curso?

Ficam as interrogações no ar.


...

Lido aqui

«Travar a expressão de uma emoção é tão difícil como evitar um espirro. Podemos conseguir evitar a expressão de uma emoção em parte, mas não totalmente. Aquilo que realmente conseguimos é a capacidade de disfarçar algumas das manifestações externas da emoção, sem que sejamos capazes de bloquear as modificações automáticas que ocorrem no milieu interno e nas vísceras.»

In O Sentimento de Si, António Damásio


Sempre acreditei que as pessoas são aquilo que revelam emocionalmente.
Quando as emoções não se encontram e, principalmente, quando não se sentem na pele como um ricochete, é impossível alguma vez acreditar que os sentimentos existem verdadeiramente.

...



Pai Zé, 1977

2.6.04

Crianças de domingo




Não sei dizer quantas vezes li este livro. Mas sei que sempre que o acabava sentia-me a criança mais feliz do mundo. Por ter uma casa, um pai e uma mãe...todos os dias da semana.


Sou uma criança de Domingo. Porque nasci num domingo. As crianças que nascem ao domingo têm sempre sorte, diz-se. Mas eu não concordo. Os domingos são tão aborrecidos aqui no Lar...

(...)

Já há muito tempo que vivo no Lar; desde sempre, parece-me. Os meus pais não puderam ficar comigo quando nasci. Ou não quiseram. Nunca ninguém me disse exactamente porquê. Somente que " as circisntâncias não eram propícias". Não faço ideia do que iso quer dizer. De início eu era demasiado pequena para perguntar, e mais tarde não me atrevi a fazê-lo. penso que eles não me quiseram. Talvez preferissem um rapaz. Mas não é justo. Quando era mais pequena andava sempre a procurar
os meus pais; quero dizer, não era bem sempre, mas nos nossos passeios ou quando íamos às compras olhava para toda a gente, principalmente quando via a passear juntos um homem e uma mulher que pareciam pais.
Era muito ingénua e esperei, esperei, mas sem resultado.

(...)


Gudrun Mebs
in Crianças de Domingo, Círculo de Leitores, Lisboa, 1986.

1.6.04

Dia Mundial da Criança

Perguntei-lhes o que era Ser Criança.
As respostas estão aqui.


É sermos amigos dos pais.
P., 6 anos.

É ir para a escola.
M,. 6 anos

É saltar à corda,.
I., 6 anos

É sermos pequeninos.
A., 7 anos

É ter liberdade para brincar.
J., 6 anos

É ter cinco, seis ou sete anos.
E., 7 anos

É ter muita amizade.
B., 7 anos

É ser feliz.
D., 7 anos

É viver com os pais.
J., 7 anos

É ter amigos.
I., 6 anos

É brincar.
D., 7 anos

É ter mimos dos pais.
A., 7 anos

É fazer disparates.
J., 6 anos

É dormir com a luz acesa.
J., 6 anos

É fazer actividades na escola.
F., 6 anos

É ter saúde.
A., 6 anos

É gostar de doces.
T., 8 anos

É ter muita vida.
R., 6 anos