30.7.04

Ao fim do dia

A viagem até ao Magoito pareceu-me interminável... Quando chegámos já era demasiado tarde para estender a toalha na areia e decidimos antes ficar no café a conversar. O ar cinzento não se conjugava com a traquilidade daquele mar que na maior parte dos dias é demasiado agitado para o resto das pessoas. Estava bandeira verde, imagina.

Pedimos dois batidos - eu escolhi ananás e a S. preferiu de manga. Nunca consegui gostar desta fruta; provo-a todos os anos tal como faço com o melão, a meloa e a melancia e nenhuma delas consegue agradar ao meu paladar. .. e eu gostava tanto de gostar destes frutos...

Conversámos. Pouco, talvez. Por uma qualquer razão que não sei explicar toda aquela ambiência fez-me sentir mal. Mal... talvez não seja a expressão mais adequada. Senti-me estranha e falei pouco. Pensei em ti e nos dias que passámos em Sintra, naquelas praias. Lembras-te?

...

No outro dia abri o baú das cartas e quase que as deixei cair todas ao chão. Não li nenhuma mas fiquei a olha-las durante muito tempo... Têm um cheiro característico, um cheiro a passado que transforma as palavras que escreveste em pretérito-mais- que -perfeito. Cinco anos em palavras. Poderia eu querer melhor recordação?

Mas as recordações [muitas vezes] conseguem ser traiçoeiras ou então, somos nós que as conseguimos fintar e aí percebemos que o melhor que elas nos podem oferecer não é a saudade que podem fazer sentir, mas sim a clarividência dos nossos erros e a capacidade para continuar a sorrir.
Hoje sinto-me [quase] feliz.

Eles são...

  • a Filipa.
  • a Amélia.
  • a Rain.
  • o Miguel.
  • o David.
  • o Rui.
  • o Rodrigo.
  • o Diogo.
  • a Rute.
  • a Olinda.

Fazem o na-cama.com. Um sítio onde se escreve muito bem.


29.7.04

Ora...



...aqui está a prenda oferecida a mim própria - comprada em promoção numa daquelas lojas que tem sempre tudo esgotado! Desta vez tive sorte!


28.7.04

Depois de um dia de praia

Ligo a minha rádio. A Paixão, de Rui Veloso está a tocar. [Bolas! Músicas melancólicas? Hoje não!] Passo para a música seguinte – Daybreak, de Lisa Ekdahl. [Até que a podia ouvir e o nome da música está perfeitamente de acordo com  a minha rotina, mas não…] Adiante - Unfinished Sympathy, Massive Attack. [Não é propriamente a letra que me agrada nesta música, mas sim o ritmo e toda a sua sonoridade. É uma música que me faz mexer e hoje apetece-me dançar.]

Há dias em que o corpo manda mais do que tudo o resto.
Vou sair.

27.7.04

...

Lido aqui

O país a arder

Sejamos sinceros: o quê que se pode esperar, em matéria de combate a fogos, de um governo que não é capaz de organizar e realizar um concurso de professores?

26.7.04

E...

...depois de uma fim-de-semana em festa numa aldeiazinha de Portugal...

[Houve tempo para dançar, conversar, rir, beber e comer. Houve tempo para a família e para os amigos.]

...estou de volta à cidade.
[mas continuando em férias, claro...]

23.7.04

Este...

...governo,  parece um circo com os animais à solta.

Pensei...

...que nunca seria capaz de ir à praia sozinha. Felizmente, enganei-me. Estes últimos dias têm sido fantásticos.

22.7.04

De...

...coração aberto.

[E uma sensação estranha... como se fosse possível viver tudo pela primeira vez.]

21.7.04

[Mais uma vez...]

...esta vontade de conversar.

 

19.7.04

...

A ouvir Shape of my heart - Sting
 
... e a imagem recorrente que me assalta sempre que oiço esta música - uma viagem solitária de carro numa estrada deserta.
 
Há coisas que não têm explicação.
[ou talvez não...]
 

A erosão das palavras

Porque as pessoas também se desgastam com o tempo e a possibilidade de travar o avanço da maré parece (quase sempre) muito longínqua.
 

16.7.04

Levantei-me...

...cedo. Limpei a casa e arrumei quase tudo. Falta escolher a papelada que se acumulou durante todo o ano lectivo na minha secretária, mas isso fica para amanhã. Vou deitar-me e aproveitar este silêncio quente para ler durante toda a tarde.
 
[Bom fim-de-semana]
 

Declaro...

... aberta a minha época de férias!
 

14.7.04

...

Tenho medo de perder as minhas melhores recordações neste tempo que passa; tenho medo de um dia mais tarde não me lembrar da minha infância, da primeira caneta que utilizei na escola e da história da baleia que inventei [às escondidas] em plena sala de aula e que me fez ficar de castigo virada para a parede.
Tenho medo que tudo se esvaneça como uma peça de tecido que vai desbotando aos bocadinhos com o sol e que, mais tarde, não consiga distinguir as cores que tiveram os meus dias.
E hoje que penso nisso, também percebo que este blog ajuda-me a não esquecer.

13.7.04

...

É um blog público, bem sei. Mas, às vezes, sinto-me incomodada por lhe invadir assim aqueles bocadinhos da sua vida… como se estivesse a ler todos os seus pensamentos…

[Ainda bem que te faltou a coragem, Ana. É que, apesar deste meu “incómodo�, tenho de te confessar que te visito todos os dias. Pela frontalidade (às vezes muito fria) que dás às palavras mas também por gostar mesmo muito da forma como escreves e por me rever (muitas vezes) naqueles pequeninos pormenores que fazem de nós pessoas mais felizes].


...

Ando aérea.

[E não sei porquê]

Sou...

...tímida por natureza. Sempre assim fui. Ao contrário da minha irmã, não consigo ser muito comunicativa e tenho alguma dificuldade em falar para grandes grupos.
Por ironia do destino segui uma área onde esse aspecto é uma constante diária mas, felizmente, até a minha vida profissional me tem ajudado e se calhar, a timidez começa a passar um bocadinho mais despercebida aos olhos dos outros. Mas antes não era bem assim…
Em criança,quando ia passar férias à terra dos meus pais, todos estranhavam o facto de preferir ficar em casa a ajudar a minha avó. Em Agosto havia sempre muitos miúdos na aldeia mas eu nunca me juntava a eles e não gostava particularmente de brincar. Preferia ir para o campo colher as maçãs de Bravo Esmolfe e ajudar a regar o milheiral. Tudo isso era muito mais divertido do que andar atrás de miúdos com os quais nunca tinha falado. Lembro-me apenas de um dia em que estive no adro da igreja a jogar às cartas com uma prima, (daquelas muito afastadas e que nunca soubemos o nome) mas ela fez batota e riu-se descaradamente na minha cara e como não gostei, fui-me embora naturalmente. Parvoíces.

Talvez tenha perdido muito por ter sido assim, tão tímida. Mas o tempo já não volta atrás.

12.7.04

...

(...)

"Parece que o tempo roubou, a muitas pessoas, a capacidade para se comoverem umas com as outras. Ou, se preferires, a possibilidade de se moverem, através daquilo que sentem, umas para as outras...
As pessoas escutam-se menos do que aquilo que parece. De cada vez que se escutam, descentram-se do que pensam, abrem-se às diferenças e engradecem o que, ao contrário do que se passa contigo, talvez as assuste. As pessoas guardam demais aquilo que se passa dentro delas. Guardam tanto, que talvez nem reparem que a melhor forma de não perder nada não é guardar: mas compartilhar. Mas são assustadiças e, como sabes, insistem em fazer de crescidas."

(...)

Eduardo Sá
in Notícias Magazine, 11 Jul. 2004

10.7.04

Quand il est mort le Poète

Hoje, na Grande Reportagem, uma crónica de José Manuel Barata-Feyo. A não perder.

De manhã

[O que uma música pode fazer recordar]


You say you want diamonds on a ring of gold
You say you want your story to remain untold

But all the promises we made
From the cradle to the grave
When all I want is you

You say you'll give me a highway with no one on it
A treasure just to look upon it
All the riches in the night

You say you'll give me eyes in a world of blindness
A river in a time of dryness
A harbour in the tempest

But all the promises we make
From the cradle to the grave
When all I want is you

You say you want your love to work out right
To last with me through the night

You say you want diamonds on a ring of gold
Your story to remain untold
Your love not to grow cold

All the promises we break
From the cradle to the grave
When all I want is you

U2, Rattle and Hum, 1988

9.7.04

...

A morte é sossego e flores. Eu acho que é um homem amarelo.
Eu, se visse a morte ao pé de mim, atirava-me da janela abaixo. Antes queria morrer sozinho.

Victor Moreira, 8 anos
in A Criança e a Vida, Edições Europa-América, 1984.

365 dias depois.

Apesar do que se ouve dizer, há pessoas muito especiais por aqui. Há vidas que se cruzam de vez em quando, que se entreolham e se estendem para lá das palavras que lemos. Há cumplicidade, compreensão e empatia; há discussões, críticas e diferença de opiniões. E não poderia ser de outra forma.

Há...

...um ano atrás, era assim:

Deixo-vos uma pergunta. Respondam se assim vos apetecer.

"Será que se pode soltar um grito devagar?"
Antonio Lobo Antunes

.
.
.

Hoje, quase tudo é diferente.

7.7.04

[Recado]

Gostava de te ouvir mais vezes, de respirar a tua voz e nos intervalos das palavras, perceber que as amizades também se constroem assim, nos silêncios dos nossos dias.

6.7.04

Indecente...

... é o que se pode dizer do tempo de antena dado pela RTP ao Partido Popular, depois de sairem da audiência com o Presidente da República, em comparação com aquele que foi dado aos outros três partidos ouvidos hoje - Os Verdes, Partido Comunista e Bloco de Esquerda.
Há pequenos aspectos que podem fazer toda a diferença e penso que a RTP, desta vez, não ofereceu um bom serviço público.

[A reclamação já foi feita por telefone à RTP.]

3.7.04

...

Há provas de que a criatividade (também) pode ser muito simples.



De luto

"Pensei que talvez fosse isso: as palavras às vezes coincidiam com os seus significados, e depois deixam de coincidir, e voltam a coincidir outra vez"

Sophia de Mello Breyner

2.7.04

S. e S.

[Entrámos]

Sorri ao ver o meu nome. Sorri mais quando vi também o nome da minha melhor amiga.
E foi a ela que falei. A única pessoa que entendeu a alegria, o esforço, a espera de tantos anos.

[Amanhã fazemos a festa por dentro]

Porque foi de dentro de nós que cresceu a vontade de seguir em frente. As conquistas valem mais assim.


1.7.04

Antes...

...do jogo, uma boa notícia e a previsão de que o próximo ano lectivo ainda será mais trabalhoso.

Depois, foi a festa e a (minha) alegria duplicada a fazer-se ouvir no Marquês de Pombal.