30.7.04

Ao fim do dia

A viagem até ao Magoito pareceu-me interminável... Quando chegámos já era demasiado tarde para estender a toalha na areia e decidimos antes ficar no café a conversar. O ar cinzento não se conjugava com a traquilidade daquele mar que na maior parte dos dias é demasiado agitado para o resto das pessoas. Estava bandeira verde, imagina.

Pedimos dois batidos - eu escolhi ananás e a S. preferiu de manga. Nunca consegui gostar desta fruta; provo-a todos os anos tal como faço com o melão, a meloa e a melancia e nenhuma delas consegue agradar ao meu paladar. .. e eu gostava tanto de gostar destes frutos...

Conversámos. Pouco, talvez. Por uma qualquer razão que não sei explicar toda aquela ambiência fez-me sentir mal. Mal... talvez não seja a expressão mais adequada. Senti-me estranha e falei pouco. Pensei em ti e nos dias que passámos em Sintra, naquelas praias. Lembras-te?

...

No outro dia abri o baú das cartas e quase que as deixei cair todas ao chão. Não li nenhuma mas fiquei a olha-las durante muito tempo... Têm um cheiro característico, um cheiro a passado que transforma as palavras que escreveste em pretérito-mais- que -perfeito. Cinco anos em palavras. Poderia eu querer melhor recordação?

Mas as recordações [muitas vezes] conseguem ser traiçoeiras ou então, somos nós que as conseguimos fintar e aí percebemos que o melhor que elas nos podem oferecer não é a saudade que podem fazer sentir, mas sim a clarividência dos nossos erros e a capacidade para continuar a sorrir.
Hoje sinto-me [quase] feliz.





























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