31.10.06

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Hoje foi um dia a respirar fundo. Já passou.

30.10.06

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Dia de poucas palavras. Dia de alguns sorrisos. Dia de muita motivação. Dia de trabalhar (ainda mais). Dia de estar comigo própria. Dia de lembranças. Dia solitário. O (meu) dia.

26.10.06

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(…)

Até agora aquela música me dava uma tristeza que eu não sabia compreender.
Totoca me deu um puxão. Eu acordei.
- Que é que você tem, Zezé?
- Nada. Tava cantando.
- Cantando?
- É.
- Então eu devo estar ficando surdo.
Será que ele não sabia que se podia cantar para dentro? Fiquei calado. Se não sabia eu não ensinava.


(…)

Jose Mauro de Vasconcelos
in O Meu Pé de Laranja Lima, Melhoramentos, São Paulo, 1986.

[É difícil aprender a cantar para dentro ou a ler para dentro. Quando digo aos meus alunos para tentarem ler silenciosamente, uso esta expressão ler para dentro e eles tentam, mas a maior parte das vezes têm de se ouvir a ler para perceberem o sentido do texto. Admiro o esforço que fazem. Estão a crescer.]

24.10.06

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Porquê falar apenas da incompetência de alguns professores? E a competência dos outros, não mereceria também um blog?

23.10.06

[baque ou murro no estômago]

A segunda feira é dia da hora das novidades na sala de aula. Contam o que fizeram no fim-de-semana, mostram desenhos, lêem para a turma, etc...
Hoje foi a vez da L. Disse que no sábado tinha acontecido uma grande desgraça, que os pais se tinham separado, que o pai tinha sido preso e que a mãe o chamara de assassino.
Acho que fiquei branca. Na sala fez-se um silêncio aterrador, um silêncio como nunca tinha sentido e apesar de tentar aligeirar a situação, quando ela chegou ao lugar, começou a chorar. O que fiz não interessa muito, fiz o que devia fazer, acho.

O resto, isso sim, interessa.
Será que a ministra da educação [também] se lembra disso?

22.10.06

bisavó

101 years old

A minha bisavó também hoje fez anos. 103
Há muito tempo que a acho [quase] imortal e penso que a minha família deve sentir o mesmo que eu...
Gostava muito de ter estado hoje com ela mas apenas pude falar um bocadinho ao telefone, dar-lhe os Parabéns e desejar que para o ano continue entre nós.
[Há pessoas que nunca deviam desaparecer]

Pai [o meu]

[Porque há posts que devem ser repetidos. Porque hoje o meu pai fez 57 anos.]



Distrito de Tete - 2ª intervenção
Maio 1971

Hoje, mais uma vez, acordaste com os olhos inchados. Sei que sonhaste com a guerra e não foi preciso fazer-te nenhuma pergunta para perceber a tristeza que ainda sentes.
Disseste-me que a sorte só nos bate à porta uma vez na vida e eu acreditei. Contaste-me que nesse teu dia de sorte ficaste sem saber o que fazer, porque no teu lugar morreu um companheiro que gentilmente disse para seguires no jipe da frente. O teu passou pela mina, o dele não; rebentou com ela.

Olho para ti e orgulho-me da força que tens e da capacidade de deixares essas memórias fechadas à chave durante o dia. E embora não as consigas afastar durante a noite, sei que afastaste a guerra da tua vida mas continuas a dizer-me que Moçambique está no teu coração e que um dia hás-de lá voltar. E eu hei-de ir contigo.

Outubro de 2003

18.10.06

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Depois de um dia extenuante, vou ali afogar [literalmente] a minha dor de cabeça e o cansaço.

[O que eu não dava por uma margarita neste preciso momento...]

17.10.06

madrugada

manha1

manha2

15.10.06

O perfume

Adorei o livro. Brevemente verei o filme.

14.10.06

Novidade

Este blog voltou.

10.10.06

[arte]

p1

Coloquei as imagens no quadro da sala e perguntei se sabiam de que se tratava:

Uns disseram: "desenhos"
Outros responderam: "figuras"
E uma menina disse: É arte.

[mais aqui]


[thinking & working]

E pronto. Lá acabei com as caixas de gelado de limão e chocolate...
[Começo a desconfiar que as noites de segunda-feira irão tornar-se bastante perigosas para mim...]

...e agora vamos ao trabalho que a noite ainda não vai longa...

9.10.06

Deixa lá

Deixa lá
Não ligues a coisas de nada
Não faças da vida enxada
Acabar em terra dura

(...)

in Saudades do Futuro, Trovante

8.10.06

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Hoje é dia de me oferecer alguns mimos: vou ali e já venho.

2.10.06

Ainda sobre as esperas

Tenho um defeito grave, muito grave mesmo. Espero demasiado dos outros. Espero que estejam sempre lá, espero que façam isto ou aquilo, espero sempre que ajam de acordo com os meus princípios, espero que sejam [quase] perfeitos. E depois desiludo-me. Mas acima de tudo, desiludo-me porque no meio de todas estas esperas não entendo que eu é que tenho de agir de forma diferente. Devo esperar sim, mas esperar mais de mim própria e perceber que os outros também podem ter as suas esperas, os seus tempos, os seus limites e que tudo isso é importante respeitar.

[Obrigada a ti, por me ajudares a crescer, com amor]

1.10.06

Moi, j'attends...

Este ano não tenho tido tempo para os livros infantis. Não estou a par das últimas [boas] novidades e apenas consigo contar as histórias que já conheço aos meus alunos num tempo a que chamamos "Hora do Conto".
Mas na semana passada, numa formação sobre literatura infatil, este livro tocou-me particularmente. A única versão traduzida está em italiano e o original é em francês. Ouvi-o em italiano e vi-o com um olhar português e achei-o tão bonito e comovente que os meus olhos se encheram de lágrimas.


Esperamos sempre algo. Sempre.

[Espero conseguir compra-lo...]