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Foi assim como um colapso, mas já passou. Soube-o hoje, em plena sala de aula.
Uma das minhas alunas resolveu [mais uma vez] provocar e amuar. Não quis, pura e simplesmente, fazer a actividade proposta e resolveu fazer uma birra. Atirou tudo o que tinha em cima da mesa para o chão e depois resolveu atirar-se ela também, bater com os pés e chorar. Muito calmamente disse que não valia a pena fazer espectáculo e que caso não fizesse o trabalho, só ela ficaria a perder já que não aprenderia a matéria que estava a ser dada.
[Enquanto isto, o resto da turma, já habituada a este tipo de cenas daquela aluna, mantinha-se impávida e serena a realizar a actividade da tarde apenas com uns ocasionais risinhos que irritavam profundamente a P.]
Pedi silêncio à turma, disse para continuarem o trabalho pois a P. iria acalmar-se mais tarde ou mais cedo. Continuei a aula e passados uns longos quinze minutos, resolveu parar de chorar, abrir o caderno e trabalhar. Tão naturalmente como se nada tivesse acontecido.
Podia ter-me exaltado e teria tido todo o direito em fazê-lo. Esta aluna tem revelado este tipo de comportamentos há algum tempo e sinceramente, tem sido muito desgastante lidar com este tipo de situações todos os dias, chegando mesmo ao ponto de quase desistir por uma série de razões que se foram acumulando e que me levaram ao cansaço total.
Mas de há uns tempos para cá e depois de muitas conversas, resolvi nomeá-la a minha ajudante de sala de aula: é ela que recolhe e distribui os livros, aponta os nomes dos colegas no registo de presenças, apaga o quadro quando é necessário, enfim, faz uma série de tarefas de que sempre gostou e que pedia todos os dias para fazer. Apesar de não ter resultado na totalidade, há melhorias significativas no seu comportamento e isso deixa-me muito contente.
No entanto, hoje fiquei ainda mais satisfeita porque compreendi que estas mudanças não se devem só às diferentes estratégias adoptadas, devem-se também à minha forma de estar que passou a ser muito mais serena, calma e tranquila, ajudando também a que o ambiente da sala de aula fosse mais agradável.
Garanto-vos que há uns meses atrás a minha reacção teria sido outra, ficaria zangada, enervada e muito incomodada e isso iria transparecer para o outro lado - os alunos.
Dizem que as pessoas não mudam; mudam sim. E modéstia à parte, hoje estou mesmo muito orgulhosa de mim. Ainda não cresci tudo, mas foi mais um bocadinho. E tenho a certeza que a P. vai crescer também.
Uma das minhas alunas resolveu [mais uma vez] provocar e amuar. Não quis, pura e simplesmente, fazer a actividade proposta e resolveu fazer uma birra. Atirou tudo o que tinha em cima da mesa para o chão e depois resolveu atirar-se ela também, bater com os pés e chorar. Muito calmamente disse que não valia a pena fazer espectáculo e que caso não fizesse o trabalho, só ela ficaria a perder já que não aprenderia a matéria que estava a ser dada.
[Enquanto isto, o resto da turma, já habituada a este tipo de cenas daquela aluna, mantinha-se impávida e serena a realizar a actividade da tarde apenas com uns ocasionais risinhos que irritavam profundamente a P.]
Pedi silêncio à turma, disse para continuarem o trabalho pois a P. iria acalmar-se mais tarde ou mais cedo. Continuei a aula e passados uns longos quinze minutos, resolveu parar de chorar, abrir o caderno e trabalhar. Tão naturalmente como se nada tivesse acontecido.
Podia ter-me exaltado e teria tido todo o direito em fazê-lo. Esta aluna tem revelado este tipo de comportamentos há algum tempo e sinceramente, tem sido muito desgastante lidar com este tipo de situações todos os dias, chegando mesmo ao ponto de quase desistir por uma série de razões que se foram acumulando e que me levaram ao cansaço total.
Mas de há uns tempos para cá e depois de muitas conversas, resolvi nomeá-la a minha ajudante de sala de aula: é ela que recolhe e distribui os livros, aponta os nomes dos colegas no registo de presenças, apaga o quadro quando é necessário, enfim, faz uma série de tarefas de que sempre gostou e que pedia todos os dias para fazer. Apesar de não ter resultado na totalidade, há melhorias significativas no seu comportamento e isso deixa-me muito contente.
No entanto, hoje fiquei ainda mais satisfeita porque compreendi que estas mudanças não se devem só às diferentes estratégias adoptadas, devem-se também à minha forma de estar que passou a ser muito mais serena, calma e tranquila, ajudando também a que o ambiente da sala de aula fosse mais agradável.
Garanto-vos que há uns meses atrás a minha reacção teria sido outra, ficaria zangada, enervada e muito incomodada e isso iria transparecer para o outro lado - os alunos.
Dizem que as pessoas não mudam; mudam sim. E modéstia à parte, hoje estou mesmo muito orgulhosa de mim. Ainda não cresci tudo, mas foi mais um bocadinho. E tenho a certeza que a P. vai crescer também.
6 Comments:
Parabéns!
é preciso realmente muita força para mudar!
O que me irrita é que há cada vez mais miudos desses e que a atenção que lhes damos nunca chega. Precisamos de estratégias concretas. Aquilo que vejo com os meus é que o que resulta acaba depressa e estás sempre a inventar coisas novas. E a cansares-te. E a desgastares-te. E tens sorte em ter uma turma que fica quietinha durante a birra.
Parabéns. Não é fácil lidar com crianças, principalmente quando essas "birras" surgem. Admiro imenso as pessoas que o conseguem. PS: E as pessoas mudam mesmo! Acho que a cada dia, a cada experiência mudamos. Umas vezes para melhor, outras nem por isso, mas a mutação é algo natural que nos acompanha desde k começamos a viver neste mundo.
Como se nota pelos comentarios anteriores este teu post deixa-nos com um sorriso nos labios quando terminamos a sua leitura..., por isso é que insisto em cá vir ;) Beijos
Parabéns. Carinho, serenidade e pulso firme são os segredos para o sucesso na tua profissão.
Parabéns!!! se todos os professores e pais pensassem assim muito mudaria na nossa sociedade, realmente não é fácil, eu própria já me confrontei com situações idênticas e realmente a calma e a serenidade são um elo muito forte para crescermos e mudarmos... e eu acredito seguramente que é possivel mudarmos tanto os pequeninos como os crescidos e deixo aqui o meu agradecimento como mãe e como "colega"
com carinho um abraço
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