27.3.06

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Há segredos que fazem pensar.

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Há uns meses, num dia de praia, uma amiga minha disse-me que provavelmente eu iria mudar algumas coisas na minha vida - a forma de pensar, de estar e de agir e/ou reagir perante certas situações.

Cada vez me conveço mais de que ela tinha razão... Só ainda não percebi se é a isto que se chama crescer ou então se é apenas algo que pode justificar o velho ditado "nunca digas nunca".

26.3.06

[Domingo à tarde]



22.3.06

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Faço minhas as palavras dela.

21.3.06

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CÂNTICO NEGRO

"Vem por aqui" --- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom se eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
--- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
--- Sei que não vou por aí.

José Régio

[Palavras]



21 de Março - Dia Mundial da Poesia

A outra vida da sala de aula

Depois de ler esta mãe, lembrei-me que isto de ser professora de crianças com seis anos é ser também um bocadinho mãe e é sobretudo, aprender a lidar com situações que no futuro, quando for mãe, poderão aparecer a qualquer momento.

Vejamos:
Este ano tenho algumas crianças com comportamentos muito característicos - choram se não fazem o que querem e quando querem, choram se não lhes dou a atenção imediata naquele minuto em que me chamam, fazem birras e amuam se os contrario nas suas intenções, provocam-me constantemente indo contra a minha opinião e a opinião da maioria dos colegas...
E tudo isto apesar de todas as conversas que já tive com eles desde o início do ano , apesar de já lhes ter mostrado as vantagens e desvantagens dos seus comportamentos...

Como reagir?
Muitas vezes (a maior parte das vezes) ignoro as birras e os choros. Ficam algum tempo a chorar alto ou a amuar enquanto continuo a aula e ajudo os outros colegas. Passados uns minutos estão a trabalhar e esqueceram-se de que estavam a fazer uma birra...
Outras vezes também me irrito e castigo-os. Depois de os avisar repetidamente durante toda a aula e se tal não resulta, opto pelo castigo que varia conforme a situação ocorrida.
Depois há as provocações e as teimosias. Senta-te D. E o D não se senta. Senta-te. E ele volta a fazer ouvidos moucos e em vez de ir para o lugar senta-se no chão, à entrada da sala. D., vai para o teu lugar. E ele não vai. Volto a repetir. Volta a fingir que não me ouve.
Solução:
Ou lhe pego no braço e o obrigo a ir para a o lugar à força, ou o deixo ficar e ignoro-o ou digo-lhe que se continuar vai ter um castigo...
Sinceramente, já experimentei qualquer uma destas hipóteses e não sei bem qual será a mais acertada ou se alguma delas é acertada sequer...

O que tenho vindo a reparar ao longo dos meus anos de trabalho é que as crianças têm cada vez mais dificuldade em reagir serenamente às frustrações do dia-a-dia, da escola, da vida diária de casa e consequentemente, revelam este tipo de comportamentos que muitas vezes me deixam estupefacta...

Não se já esgotei todas as técnicas e tácticas. Mas venho muitas vezes a pensar para casa que deve haver uma solução melhor para alguns casos.

20.3.06

[Hoje, às 18 :15]

Segundo o almanaque Borda d'Água, foi esta a hora da chegada da Primavera.

[Estamos mais perto do Verão! E já só falta o Sol!]

13.3.06

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Há uns dias visitei o Palácio Nacional de Queluz com os meus alunos e devo dizer-vos que fiquei muito supreendida com os guias da visita e com a animação que ocorre ao longo de todo o percurso realizado no palácio.
Nem sempre os guias deste tipo de visitas têm em consideração as idades das crianças. Falam com uma linguagem muito elaborada, utilizam palavras bastante difíceis e na maior parte dos casos, as crianças não conseguem compreender o que está a ser explicado. Desta vez, e para meu grande espanto, a guia do grupo conseguiu captar a atenção das crianças durante uma hora e meia (crianças de 6/7 anos) e explicar as origens do palácio bem como alguns aspectos caracterizadores daquela época com uma linguagem extremamente acessível e uma forma de expressão muito estimulante. A animação com actores ao longo de toda a visita foi, sem dúvida alguma, um factor fundamental para o sucesso da visita e para o interesse das crianças que chegaram à escola ainda a falar sobre o que tinham visto.

[É caso para dizer que ainda há iniciativas de sucesso no nosso país]

?

Ainda não sei se gosto ou não desta ideia...

12.3.06

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Ter um queijo do Fundão em casa é quase como ter bolo brigadeiro... desaparece num ápice e sabe maravilhosamente bem. E se acompanhado com pãozinho de Mafra e banana então é certo que nem janto...

[E foi exactamente isso que aconteceu]

5.3.06

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Não escrevi grande coisa este fim-de-semana. Mexi e remexi nos textos, li e voltei a ler e depois de alguns dias em que permaneci estagnada na segunda folha do segundo capítulo, felizmente, [Eureka!] fez-se alguma luz. Sei agora como continuar e parecendo que não, sinto-me um bocadinho mais calma relativamente à maldita tese.

Sexta-feira foi dia de amigos. Boa companhia, muita conversa e uns presentinhos muito originais [desde origamis, passando por molho agridoce tailandês, um livro de literatura infantil, um cd de música africana, outro gravado especialmente para mim e uns vasinhos em forma de pipeta] Gostei de tudo! E gostei especialmente deste que recebi fora d'horas mas que me fez ficar mesmo muito contente até porque andava a precisar de uma coisa assim.

Amanhã não é dia de desporto. Só terça, quarta e quinta é que tenciono gastar as energias que acumulei em demasia e que espero não voltar a repetir durante algum tempo.
Espera-se uma semana de árduo trabalho e acima de tudo, espero que esta vontade de trabalhar e de escrever não se perca por entre pauzinhos de giz, fichas de trabalho, dúvidas e muita, muita paciência...

Boa semana!

2.3.06

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Não, não volto a pensar nisso. Não volto a ter esperança, não volto a criar expectativas.
E ponto final.

[Forma ligeira de dizer que ando cansada de certas coisas]

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Originally uploaded by Soffia.

Bombocas, manteiga Planta, Capri-sonne, He-Man, Tragabolas, David - o Gnomo, Parodiantes de Lisboa, O Areias, Fábulas da Floresta Verde, Wickie o Viking...

Está tudo aqui.

1.3.06

XXIX

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