Pergunto-me se alguma vez voltarei a sentir a escola com aquele encanto que a caracterizava nos meus primeiros anos de serviço.
Pergunto-me se não me cabe a mim mudar isso; tentar contornar os problemas sem fugir a eles e objectivar concretamente as minhas energias unicamente em favor dos meus alunos e dos meus deveres como professora. Será egoísmo? Será o caminho mais acertado? Às vezes penso que sim, outras vezes penso que não.
De qualquer forma, também tenho direitos. Não pretendo que estes estejam acima dos direitos dos alunos mas sim que exista um paralelismo saudável (dentro dos limites e possibilidades de cada escola) e que ninguém se sinta injustiçado (alunos ou professores). Não me refiro sequer às reivindicações dos professores, àquelas que todos (ou quase todos) conhecem... falo de pequenos pormenores que passam despercebidos à maior parte das pessoas, problemas internos das escolas, aspectos que poderiam favorecer em grande medida os alunos e que, por questões referentes à legislação em vigor e outras vezes (muitas vezes!) a regulamentos internos mal elaborados, são completamente indiferentes e esquecidos... mesmo quando estamos nós ali, cara a cara, a expor as razões que nos levam a defender certas posições nas escolas.
É isto que não posso nem consigo aceitar. E foi por tudo isto e pelas outras razões já apresentadas e discutidas em outros blogs que ontem fiz greve.
[Confesso que me apetece desistir; seria o caminho mais fácil, mais cómodo e menos problemático. Mas o que ganharia com isso? Nada]