25.4.04

25/04/1974

Mesmo assim, para Susana, o 25 de Abril é “mais um feriado�.
Não fico agarrada ao histórico, sou mais uma mulher de futuro do que de passado
.

Susana Machado, 31 anos
In Publica


Não, o 25 de Abril não pode ser mais um feriado. Não pode cair no esquecimento, não pode passar ao lado de todas as pessoas.
Custa-me saber que há pessoas que encaram o 25 de Abril assim, como se fosse um feriado qualquer e não tivesse qualquer importância. Custa-me ainda mais porque também são essas pessoas que estão a usufruir de ideais e possibilidades que antes não existiam.
E não é por comemorar esta data que estamos agarrados ao passado, pelo contrário. Ao relembra-la estamos também a olhar para o futuro, para as novas possibilidades que todos os dias surgem. Estamos a valorizar tudo aquilo que antes de 1974 não existia.

Nasci três anos depois mas a minha infância foi marcada pelas músicas da revolução, pelos artistas que a fizeram.
Cresci a ouvir Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Adriano Correia de Oliveira, José Mário Branco. Cresci a ver o meu pai com os olhos rasos de lágrimas sempre que na televisão passavam as imagens deste dia, cresci com as histórias de dois anos passados no Ultramar, cresci a ouvir os poemas do José Carlos Ary dos Santos. Cresci com os vinte cinco cravos que apareciam na jarra verde da sala todos os anos, por esta data.
E cresci a emocionar-me também com as imagens da revolução. Como hoje. O dia em que, pela primeira vez, fui eu a comprar os vinte e cinco cravos.


Quanto às futuras gerações, alguém tem de lhes lembrar o 25 de Abril, mas não de forma politizada. Ao Estado cabe assinalá-lo quase como um bip regular, o bater de uma pulsação.

Miguel Ribeiro, 31 anos
In Publica




























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