31.1.04

Anda...

...meio mundo surdo de emoções.

...

Mais do que um beijo, o abraço é a ternura à flor da pele. É querer estar perto.

...



2002

30.1.04

A ouvir...

Quite emotional

We're slow moving by the break of day
You are now entirely mine again
Still I hold you in my arms
There is not much to talk about anyway
Quite emotional now
Drive by noise and straight to the bone, for you
Quite emotional now, not making sense
So I come here in your arms
You keep on whispering that you won't stop
I take it back, babe
Everything that I have said
And I hold you in my arms
There's no better place for you anyway
Quite emotional now
Drifting miles apart, of reasons away
Quite emotional now, not making sense
Quite emotional now, not making sense
Quite emotional now, not making sense
So I came in your arms, your hair
Quite emotional now
I don't believe you now

Madrugada
in Industrial Silence

28.1.04

Os nossos manuais escolares...

...são assim.

Enquanto procurava alguns exercícios sobre adições e subtracções num livro de Matemática de 1º ano, deparei-me com esta imagem. Reparem na repetição de objectos que existem nesta (suposta) sala - livros, frasquinhos, maçãs, borboletas, velas, novelos de lã, projectores e peças de dominó.



Na página seguinte pede-se aos alunos que façam algumas adições e subtracções relacionadas com as quantidades de objectos que existiam na tal sala. Para tal, as crianças têm de registar num gráfico de barras essas quantidades.



As contas só agora aparecem. E que contas...
Os alunos teriam de adicionar o número de novelos de lã com os projectores existentes ou então teriam de subtrair às peças de dominó os frasquinhos. Isto para não referir todas as outras contas que estão na imagem...
E eu pergunto-me, qual será o resultado final destas operações? Projectores feitos de lã? Novelos de lã luminosos? Infelizmente, não consegui imaginar nenhuma solução criativa para quem tira frasquinhos de peças de dominó... mas acho que era perder demasiado tempo.

O que me preocupa é a falta de atenção dos professores que elaboram manuais com erros tão graves como este. Esquecem-se que não são os adultos a realizar estes exercícios mas sim crianças de 6 anos que não conseguem abstrair-se das ilustrações de forma a resolverem as contas pedidas.
E se em manuais do 1º ano de escolaridade já existem erros desta natureza, não me admira nada que nos manuais de 12º ano os erros sejam cada vez mais frequentes.

27.1.04

...

Deixa lá
Não ligues a coisas de nada
Não faças da vida enxada
a cavar em terra dura.

(...)

Trovante
in Saudades do Futuro

26.1.04

...

Se eu me pudesse soltar do tempo, hoje teria ido para a Foz do Douro. Porque digam que disserem, há sitios que nos prendem para sempre e horizontes que parecem sempre mais belos que os nossos.

25.1.04

We are...



2003

...words

23.1.04

Anita

Aqui e aqui fala-se dos livros da Anita, do sexismo predominante em cada frase desses livros e da possibilidade das crianças de hoje se sentirem influenciadas por tais questões. Falsas questões, aliás.

Na minha meninice li os livros da Anita quase todos. Actualmente não os compraria para oferecer nem para ler aos meus alunos, não pelas razões que já se apontaram mas sobretudo pela qualidade que não possuem na prosa e nas ilustrações. O resto não interessa.

21.1.04

Afinal...

...hoje não sei falar pelas palavras. Preferia fazê-lo através de sorrisos.

19.1.04

No prato da balança um verso basta
para pesar no outro a minha vida.

Eugénio de Andrade

18.1.04

Poesia - Orgasmo

De silabas de letras de fonemas
se faz a escrita. Não se faz um verso.
Tem de correr no corpo dos poemas
o sangue das artérias do universo.
Cada palavra há-de ser um grito.
Um murmurio um gemido uma erecção
que transporte do humano ao infinito
a dor o fogo a flor a vibração.

A poesia é de mel ou de cicuta?
Quando um poeta se interroga e escuta
ouve ternura luta espanto ou espasmo?

Ouve como quiser seja o que for
fazer poemas é escrever amor
a poesia o que tem de ser é orgasmo.

José Carlos Ary dos Santos

...

Um fado

17.1.04

...



Óbidos, 2002


Há sempre uma linha que (nos) separa.

16.1.04

A segunda caixa de Pandora



John Waterhouse

Para além da esperança, a consciência é também o que nos resta quando à nossa volta tudo se esvai. É com ela que nos sabemos e nos conhecemos melhor. É acima de tudo, um ponto de partida para outra chegada.


14.1.04

12:30

O almoço é sempre noutra escola.
Hoje, surpreendemente, o refeitório estava quase vazio. Suspeito que a ementa foi a principal razão da ausência de tantos jovens. O bacalhau ainda não consegue ser um forte chamariz e perde-se apenas em degustações mais adultas daqueles que já lhe tomaram o gosto há muito tempo.

Adiante.

Enquanto comia, eu e a minha colega reparámos que numa das mesas, uma rapariga com cerca de 14 anos chorava. Mexia e remexia a comida e poucas vezes levantava os olhos do prato. Pareceu-me estar muito só.
Estupidamente, nem eu nem a minha colega nos levantámos para lhe perguntar se precisava de alguma coisa e deixámo-la sair com a tristeza a transbordar nas expressões do seu rosto.

Sobre uma situação parecida, a Catarina, perguntava no outro dia: "Solidariedade ou respeito pela privacidade?"
Não sei responder. Mas talvez soubesse se a minha atitude tivesse sido diferente.

13.1.04

Mais um dia



Margarida, 6 anos

1) Eu fui à praia e fui comer um gelado.

2) Na minha casa fiz um presente e dei à minha irmã e ficou muito contente.

3) A minha mãe deu-me um beijinho.



Há dias de impaciência. Há dias em que nenhuma actividade consegue ser suficientemente motivadora para as crianças. Há dias em que nada resulta, em que há demasiado barulho. Há dias onde não se alcança nenhuma evolução.
Mas depois... há dias assim. E tudo aquilo que parecia não trazer resultados, começa a fazer sentido.
São os dias em que começam a querer escrever sozinhos. O medo de errar dissipa-se, a vontade de ir mais longe torna-se maior e a leitura começa a fluir naturalmente.

São estes os dias que valem por todos os outros.

11.1.04

...

Só.

Só à espera

A solidão mata-me. Deixo a telefonia ligada toda a noite. Junto ao meu ouvido. É como ter companhia.

Rosa, 88 anos
in Revista Pública


A velhice não devia ser uma espera antecipada da morte mas sim a continuação de uma vida cheia de memórias.
Mas há quem viva só da solidão e do isolamento, há quem não converse, quem não tenha alguém que faça um pouco de companhia. Há demasiadas pessoas com a vida parada no tempo.


10.1.04

...

"Te quiero a las diez de la mañana, y a las once, y a las doce del día. Te quiero con toda mi alma y con todo mi cuerpo, a veces, en las tardes de lluvia. Pero a las dos de la tarde, o a las tres, cuando me pongo a pensar en nosotros dos, y tú piensas en la comida o en el trabajo diario, o en las diversiones que no tienes, me pongo a odiarte sordamente, con la mitad del odio que guardo para mí.

Luego vuelvo a quererte, cuando nos acostamos y siento que estás hecha para mí, que de algún modo me lo dicen tu rodilla y tu vientre, que mis manos me convencen de ello, y que no hay otro lugar en donde yo me venga, a donde yo vaya, mejor que tu cuerpo. Tú vienes toda entera a mi encuentro, y los dos desaparecemos un instante, nos metemos en la boca de Dios, hasta que yo te digo que tengo hambre o sueño.

Todos los días te quiero y te odio irremediablemente. Y hay días también, hay horas, en que no te conozco, en que me eres ajena como la mujer de otro. Me preocupan los hombres, me preocupo yo, me distraen mis penas. Es probable que no piense en ti durante mucho tiempo. Ya ves. ¿Quién podría quererte menos que yo, amor mío?"

Jaime Sabines

7.1.04

...

"Agora sei que o amor nos faz aproximar as coisas, habitá-las, que pelo amor as reconhecemos e que, depois de lhes recebermos a revelação, nada mais é preciso para nos sentirmos vivos."

Fernando Namora
in Domingo à Tarde

...

A infantilização da linguagem no 1º Ciclo do Ensino Básico é preocupante, a predominância de frases sem nexo nos manuais de aprendizagem da leitura e escrita é ainda mais grave; a "condenação" de um professor por utilizar uma definição correcta para um determinado fenómeno natural é de uma profunda injustiça.

Está tudo aqui.

5.1.04

...

E esta dor de cabeça que não me larga... Tenho de ir dormir.

Amanhã...

8:15 h - Chegar à escola. Preparar a sala para o primeiro dia de aulas. Escrever o plano diário no dossier.

9:00 h - A campainha a tocar. O barulho de sempre. O E. a querer chegar à sala primeiro que qualquer outro colega. E as vinte caras sorridentes logo pela manhã. Bom dia!

9:15 h - Ninguém se esquece de marcar as presenças... espero eu.

9:20 h - Conversa, muita conversa... mas o silêncio aparece sempre depois.

9:25 h - Tempo de falarem, de contarem, de dizerem tudo... mas um de cada vez. Registo de alguns textos no quadro.

10:15 h - Está na altura de escolherem o texto que mais gostam para ser trabalhado durante a semana. Vamos a votações.

10:30 h - Intervalo e lanche. De seguida... a caminho do clube de natação.

11:15 h - Aula de natação. E bem me apetecia estar dentro de água também...

12:00 h - Confusão total. Encontrar a roupa, vestir, pentear... " Professora! O T. tirou-me a escova!!!"

12:30 h - Almoço. O deles e o meu. Tempo de acalmar.

13:15 h - Novamente, o som da campainha. " Já?"

13:20 h - Correcção dos trabalhos de casa. " Professora! Não consegui fazer este exercício!"

14:00 h - Matemática. " Um palhaço tem três calças - umas verdes, umas vermelhas e umas amarelas e tem três camisolas - uma azul, uma preta, e uma roxa. De quantas formas diferentes se pode vestir?"

14:45 h - As almofadas no chão e todos sentados de pernas cruzadas. Está na hora de ouvir uma história... Periquinho e Periquinha - Histórias Tradicionais Portuguesas recontadas por Alice Vieira, Caminho.

15:00 h - Arrumar o material. Realização das tarefas de cada um.

15.15 h - O último toque... As despedidas. Até amanhã!

4.1.04

...



2003


Guardo as insónias para as noites que antecedem as palavras decisivas de um dia.

2.1.04

Cinema

Para começar bem o ano, estes são os filmes que quero ver nos próximos dois meses:


É Agora ou Nunca



Na América



Japón



Atracção Perigosa



O Seu Irmão



O Submundo



Ser e Ter

...



Original de Carlos Tê