4.11.03

...

Foi num dia de Maio, no ano de 1991. A aula de Língua Portuguesa estava no fim e a professora Teresinha no dia seguinte já não iria voltar.
Ofereceu-nos este poema embrulhado numa pequena folha de papel , leu-o e saiu da sala com as lágrimas nos olhos.
Foi assim que conheci Alberto Caeiro.

"Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como que não estranha
Que haja montanhas e planicies
E que haja rochedos e erva...

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja..."

Alberto Caeiro




























actualizações de weblogs portugueses


Powered by Blogger




Page copy protected against web site content infringement by Copyscape


Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.