Dia #24
Hoje, o R. fez anos. Oito. É o menino mais velho da turma. É um menino cabo-verdiano, fala mal o Português, a sua lÃngua materna é o crioulo, tem um comportamento instável e uma famÃlia que apesar de todas as dificuldades de quem vive num bairro degradado, ainda consegue apoia-lo minimamente na escola.
Hoje, mais uma vez, o R. portou-se mal. Ralhei. Ele amuou e não quis trabalhar. Baixou a cabeça e pousou-a em cima do caderno enquanto todos os outros meninos trabalhavam. Optei por não lhe dizer mais nada e passado algum tempo começou a fazer a actividade que tinha proposto.
No fim do dia, quando a campainha estava quase a tocar, cantámos-lhe os parabéns e dei-lhe um beijo, ao qual ele sorriu. Mas o mais curioso, foi ver todos os outros colegas a levantarem-se do lugar e a darem-lhe os parabéns com um beijo ou um abraço.
"És um irmão para mim", disse-lhe o E.
"Gosto muito de ti", disse-lhe a M.
Ele ficou feliz, notava-se nos seus olhos e no sorriso que estava colado à sua expressão. Não sei se alguma vez ele teve tantas manifestações de afecto, não sei o que ele pensou, não sei. Mas sei que me comovi e só me apeteceu abraçar a turma inteira por aquele gesto e sobretudo, por não porem de parte um menino que até hoje, viveu à margem de todos os seus colegas na escola.
Hoje, mais uma vez, o R. portou-se mal. Ralhei. Ele amuou e não quis trabalhar. Baixou a cabeça e pousou-a em cima do caderno enquanto todos os outros meninos trabalhavam. Optei por não lhe dizer mais nada e passado algum tempo começou a fazer a actividade que tinha proposto.
No fim do dia, quando a campainha estava quase a tocar, cantámos-lhe os parabéns e dei-lhe um beijo, ao qual ele sorriu. Mas o mais curioso, foi ver todos os outros colegas a levantarem-se do lugar e a darem-lhe os parabéns com um beijo ou um abraço.
"És um irmão para mim", disse-lhe o E.
"Gosto muito de ti", disse-lhe a M.
Ele ficou feliz, notava-se nos seus olhos e no sorriso que estava colado à sua expressão. Não sei se alguma vez ele teve tantas manifestações de afecto, não sei o que ele pensou, não sei. Mas sei que me comovi e só me apeteceu abraçar a turma inteira por aquele gesto e sobretudo, por não porem de parte um menino que até hoje, viveu à margem de todos os seus colegas na escola.
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